Depois do último episódio, julguei que
nada mais me surpreenderia em Objetos Cortantes. Nem a aparição de um serial killer com duas cabeças à essa
altura seria páreo para a crueldade de Adora, disfarçada em afagos, sorrisos e
recepções incríveis. Mas precisei respirar fundo, curtir a música e mergulhar
na história.
O artigo de Camille como era de se
supor, caiu como uma bomba na cidade. Com a intenção de expor os fatos, serviu
na verdade para alimentar as fofocas e apontar dedos. Não que alguma vez alguém
tenha abaixado um dedo em riste, que insinuava: assassino, “vadia”, ou qualquer
outra palavra que saiu da boca dos “ocupados” cidadãos de Wind Gap.
O episódio gira em torno de uma
estapafúrdia comemoração histórica da cidade, em que os adolescentes encenam
uma peça. Amma, envolta nas mentiras de sempre (não mistérios), vem ganhando
mais espaço á medida que a trama avança. Desesperada para ter notoriedade, não
teve a sabedoria de aprender com tudo que a irmã sofreu, nem mesmo depois de
ver esse sofrimento estampado na pele de Camille. Juventude ou simplesmente
estupidez? Não nutro nenhuma simpatia por ela.
Camille e Richard estão cada vez mais
próximos, mas como dois adultos calejados que são, evitam com piadinhas e
desculpas toscas revelar o que descobrem um do outro, principalmente o
detetive. Não acho que seja por falta de sentimento, a química entre eles é
incrível, mas os traumas da jornalista são profundos demais, dolorosos demais
para Camille se entregar de vez, mesmo quando a oportunidade parece boa. E
Richard é, ou não? Ainda não sabemos quem é o assassino lembram?
Mais uma vez a série me surpreende pela
capacidade de resumir quase uma hora de episódio em uma palavra: Closer (mais íntimo). Adora e suas
conversas absolutamente desprovidas de empatia, moralidade ou sensibilidade,
consegue arrancar da filha uma frase que “doeu” de ouvir: não tem como ela
ficar “mais íntima” de alguém, mesmo de Richard que é o objeto da conversa. As
marcas da guerra de Camille são terríveis demais para mostrar. Frank, o chefe da
repórter parece conhecer todo seu potencial, mas Adora e Wind Gap fazem com que
o passado domine mais Camille do que o presente.
Nesta história, só falta descobrir quem
é o assassino. Força!