Diferente do episódio passado, que foi maçante e até difícil de
assistir, o terceiro episódio de Objetos Cortantes foi uma obra prima. De interpretação à história, tudo foi interessante. A trama de Gillian Flynn pode ser descrita
como um novelo que ao desenrolar os fios vai ganhando proporção e dimensão
maiores e melhores.
Amy Adams simplesmente tomou conta da cena e brilhou, mesmo o
episódio sendo notavelmente voltado para mostrar o passado sombrio de Camille.
Sua internação em um hospital e o encontro com uma adolescente igualmente
problemática, renderam momentos de marcante reflexão sobre os dramas
profundamente marcados na pele e na história da jornalista Camille.
O título do episódio “Fix” – conserto – em minha opinião, serve
para mostrar que Camille tenta em vão conserto para a situação em que está, mas
não consegue. Adora, Amma e toda uma cidade demonstram que o que se passou e
está se passando não pode ser consertado. Mais do que isso, a relação familiar não
tem conserto.
Amma mostra que apesar do que Adora faz, é uma adolescente “típica”.
A mãe fecha os olhos para a atitude destrutiva, egoísta e má da filha. Mais do
que isso, ela culpa a influência da filha mais velha pelos erros de sua
negligência e das companhias da filha caçula.
Além de lançar uma luz sobre o passado e presente de Camille e
dos personagens principais (como o casamento de Adora e Alan), o episódio mostrou
com propriedade as dificuldades do detetive Richard em resolver um crime em uma
cidade preconceituosa e que não aceita a possibilidade de o crime ter sido
perpetrado por um dos seus, apesar das evidências.
Veremos como Camille vai conseguir seguir em frente com tantos
fantasmas ao seu redor.