Dos espaços vazios que tentamos, deixados por pessoas que se foram, que perdemos ou não conhecemos, desses espaços desenhamos sonhos, projetos pessoais e profissionais, encontrar um grande amor, encontrar o emprego perfeito, caber em um vestido, buscar a parte que falta da nossa história, encontrar um motivo para continuar, desses espaços a preencher presenciamos um momento sublime, aquele segundo que antecede o entendimento.
É quando nos damos conta, que nossos pais abriram mão dos sonhos deles para realizar os nossos, que quando o vestido coube na gente decidimos que não era suficiente, que apesar da família perfeita, não é suficiente. É segurar a lágrima quando percebemos que a nossa felicidade é suficiente para os nossos pais e no calor da adolescência e da condição de filhos, a felicidade dos nossos pais nem sempre bastam para nós.
É aquela fração de segundo onde algo que lutamos tanto e nos esforçamos é alcançado e nessa mesma fração de tempo não é mais suficiente, outra meta foi traçada como se correr atrás de objetivos fosse a regra e a paz de uma vitória não nos satisfizesse. Quando somos colocados em cheque e vemos que sim, podemos relaxar e aproveitar o momento é tarde demais, a única coisa que ficou é a lição. Perder peso move a vida de quem sente que precisa disso, e estar na própria pele não é confortável, mas existem pessoas dentro dos padrões que não está confortável na própria pele.
Tem quem vive uma vida sentindo-se estranho na própria casa, com os próprios pais e irmãos, como se a vida o tivesse colocado no lugar errado. O tempo passa, a gente se aceita e vê que faz parte daquele quadro, que a foto ficou boa e que sem nós faltaria alguém. Mas, descobrir de onde viemos, quem nos transmitiu todas essas manias bobas que não sabemos de onde vem é divisor de águas, viver no espaço é muito mais aconchegante que no mundo real, mas é aqui no mundo real que conseguimos momentos como: o segundo antes de um riso, a primeira vez que lemos nosso livro favorito, que seguramos uma lágrima por um amigo, no espaço essas coisas não valem nada e aqui é tudo quem somos.
This Is Us, é isso. É olhar o lado bom de todas as coisas que nos faz ser quem somos, é pensar se somos bons o suficiente para os nossos pais, se não damos atenção demais para os padrões, talvez podemos ser felizes como somos, é sentir saudade de quem poderíamos ter sido e não estar satisfeito como quem somos. This Is Us é um retrato cru sobre a vida, mas com atores que ficam bem na telinha, rsrsrs.