Chegamos
ao último episódio da temporada com a certeza de que a alcunha “Cavalheiros de
Cali” não foi atribuída por acaso, mesmo depois do massacre e apesar de Chepe
ter se entregado de maneira mais “simples”, Pacho nunca foi um homem simples e
na hora de entregar as armas ao General Serrano, ele não poderia estar mais
cavalheiresco. Preparados para sentir saudades?
Boas
maneiras à parte, Peña trata de esfregar logo na nossa cara que toda essa
prisão e circo midiático não passam disso: circo e da pior espécie. Ninguém
estava pagando nada por seus crimes, essa barganha já estava paga há muito
tempo e Gilberto faz um brinde com uma bebida que nem eu poderia ter escolhido
melhor. Um brinde à corrupção, impunidade e ao “eu te avisei Peña”!
Peña
é realmente uma peça rara, eu achei que este episódio só serviria para mostrar
os rostos sorridentes e satisfeitos dos chefões reassumindo seu papel como
provedores de 80% do tráfico internacional de cocaína do mundo, mas nosso
Javier tem um plano, ou melhor, tem uma pessoa que lhe interessa: o contador do
cartel. Ah Peña, eu já deveria estar vacinada contra suas ideias, mas o que
custa acreditar?
Um
pouco de fé não mata ninguém e Jorge e Peña me recompensam e muito. O plano
para capturar o contador do cartel de Cali, Pallomari, dá resultado, apesar de
tudo. Suspense sempre! Agora, só falta leva-lo aos Estados Unidos! Peña
consegue.
O
processo contra o cartel de Cali tem início e Pallomari dá seu testemunho como
“chefe” da contabilidade em tribunais de Miami e Nova York, seu testemunho
ajudou a mostrar a verdade sobre o governo da Colômbia e suas operações
escusas. O que o presidente disse? Ué, desde Cali até hoje presidentes não
sabem de nada e delatores só dizem coisas grotescas e falsas, não é? Bem, o
dano está feito. Haverá justiça? Para o pessoal de Cali sim, para o presidente?
Não. Parece familiar para você? Preciso dizer que só o Peña ficou genuinamente
surpreso por corruptos continuarem no poder ou em outros países, elegíveis?
Pois é.
Para
o azar de muita gente, Peña não é um homem de “pois é”, ele precisou tomar uma
decisão fulcral para sua carreira e estava disposto a pagar o preço. A Colômbia
reagiu quando soube que seu presidente custou apenas o perdão de quatro
cavalheiros. Quando soube que era chamada de narco-democracia, o resultado: Peña
foi tido como “persona non grata” pelo povo e foi convidado a se retirar do
país.
Cada
um teve seu destino mostrado, ao contrário do quadro que pintava, para a
alegria de todos, Gilberto e Miguel não foram curtir seus bilhões. Chepe e Pacho
sequer tiveram a chance de aspirar a isso. Quanto a Peña? Que tal o México?
Assunto para a próxima temporada! Libera logo, Netflix!