No
episódio passado ficou bem claro que uma grande guerra estava tomando conta de
Cali, e enquanto assistíamos a derrota galopante de Peña, a raiva genuína de
seus dois agentes de campo e o breve alívio do cartel, uma coisa ficou bem
clara: agora há uma cisma entre os dois “poderosos chefões” do cartel. Enquanto
Gilberto tenta, a todo custo, de seu novo “apartamento”, convencer que a paz e a
rendição são a única saída, Miguel quer levar adiante a guerra, custe o que
custar, e o porto parece um começo tão bom quanto qualquer outro.
Eu
fiquei realmente decepcionada com a derrota de Peña, estando tão perto de
capturar Miguel no episódio passado, que é isso gente, até em Narcos alegria de
pobre dura pouco? Mas Peña não saiu de mãos abanando como eu pensava, ele
encontrou um livro! Mas não qualquer um, este livro contém toda a contabilidade
do cartel, leitura obrigatória! O ministro que estava ajudando a operação a
degringolar finalmente põe as cartas na mesa e está disposto a tirar Peña e o
DEA da jogada, mas a chegada do livro muda tudo. De acordo com o ministro, eles
têm que entregar o livro como prova para um procurador geral. Peña concorda,
mas alerta para um “ínfimo” detalhe: você fica com o livro e eu com o cara que
pode entende-lo. A resposta é: vamos em frente!
Para
decifrar o código do livro de contabilidade, Peña precisa de duas pessoas: ou o
contador, ou o responsável pela lavagem de dinheiro do cartel. Como este último
já está ao alcance da mão, ele precisa encontrar um velho amigo nosso para
resgatar a esposa de Franklin Jurado que foi entregue às FARC. Mas isso vai
custar um preço bem alto para Peña. A guerra produz alianças das mais estranhas
e inusitadas, Peña, Don Berna e os irmãos Castaño são um bom exemplo. Jorge, em sua
guerra, não está batalhando menos, precisa lidar com a desconfiança do filho de
Miguel contra ele para poder sobreviver.
A
família em todas as culturas é respeitada, é tida como um templo cujo cargo de
provedor e protetor é muitas vezes associado ao pai, neste episódio o que mais
me impressionou é até onde Jorge foi para desempenhar seu papel. Não sei se
posso continuar antipatizando com ele, aí vem Narcos, mais uma vez, testando o
conceito de ética e moral que, para mim, são tão rígidos. Mas, se fosse minha
família, não tem como negar que eu seria “um Jorge”.
O
resgate de Christina é muito bem sucedido graças ao pacto (melhor palavra que
esta não existe para definir) firmado por Peña para executá-lo. Resta saber se
ele vai pagar o preço a Don Berna. O contador está desaparecido, e agora
Gilberto envolve o próprio filho para tentar resolver os problemas do Cartel de
Cali e tenho que admitir que isso ele sabe fazer bem até demais. Tinha como
Narcos ficar mais emocionante?