O
termo drag surgiu na Inglaterra, mais
precisamente durante o século XVI, na época em que mulheres eram proibidas de
atuar em peças de teatro, logo cabia aos homens se vestirem como mulheres e
desempenhar esses papéis, e então surgiu a expressão “dress like a girl” que em tradução livre significa “vestido como
garota”.
E
mesmo agora que as mulheres tenham o direito de exercer a profissão de atriz,
as drag queens ainda existem, e essa vertente a cada ano que passa ganha mais
força, se antes, elas eram reconhecidas no mundo LGBT, cada vez mais elas vem
ganhando espaço nas mídias.
Em
2009, Ru Paul Charles, um dos principais nomes do drag no mundo, lança pelo
canal Logo TV, o reality show Ru Paul’s
Drag Race, a premissa da série é simples: 14 drag queens disputam o título
de melhor drag queen dos EUA, além de um prêmio de 100 mil dólares.
As
participantes são testadas com as mais diversas provas, que vão desde desafios artísticos, como costurar seus próprios vestidos para uma noite de gala até
treinar seu lado cômico em um show de
stand up, afinal para ser a nova Drag Queen queridinha da América, ela precisa de carisma, singularidade,
nervos e talento, como a própria Mamma Ru costuma dizer.
A
série tem nove temporadas, além de dois especiais (all stars) onde as competidoras de maior destaque das antigas
temporadas voltam e disputam novamente a coroa. As sete primeiras temporadas
estão disponíveis na Netflix.
A
série vai muito além de mostrar as competidoras costurando, ou mostrar o lado glamouroso quando elas chegam na passarela para serem julgadas se continuam ou
não na competição, o objetivo é humanizar as drag queens, mostrar por trás de
toda a eleganza vista na
passarela, mostrar o dia a dia delas, seus choros, frustrações, momentos de
glória até brigas durante os desafios.
A
série é muito mais do que apenas entretenimento, ela quebra tabus, ela mostra
de maneira honesta alguns tópicos que as pessoas não costumam falar muito, em
uma das temporadas, uma das participantes revelou para suas participantes que
era portadora do vírus da AIDS, e foi um momento que ela recebeu o apoio além
de todos do programa, mas também do público pela coragem que teve ao contar sua
história.
Talvez
seja essa uma das principais razões para o sucesso da série, pois além de
abordar temas que muitas vezes podem ser considerados tabus, de maneira honesta
e em momentos até mesmo engraçada, faz com que o público se identifique e
passe a entender mais o assunto, antes de simplesmente julgá-lo.
E
ainda por cima, mostra que existe belezas nos mais diversos padrões e
biotipos, e mostra a importância do amor próprio, afinal, como a própria RuPaul
costuma dizer “Se você não se ama, como você espera que alguém te ame também?”