SPOILERS ABAIXO:
“The
blood is the life”.
Fiquei
bem ansioso pela estreia de Dracula quando a série foi anunciada.
Afinal trata-se de um personagem histórico, o mais importante de
todos os vampiros já inventados (e olha que foram muitos, mais do
que deveria até). Fiquei ainda mais empolgado quando soube que a
produção da série ficaria nas mãos de pessoas envolvidas em
Downton Abbey e The Tudors. Aí confirmaram Jonathan Rhys Meyers como
protagonista, e pronto, era só juntar as peças: personagem
importantíssimo, equipe boa, ator competente. Essa seria a fórmula
perfeita para o sucesso, correto?
Dracula
não é ruim. Longe disso. Consegue fazer um piloto interessante, que
nos apresenta a trama de maneira competente, com um roteiro que se
esforça em fazer o melhor possível e atuações bem aceitáveis.
Podemos dizer que é uma série “ok”. Mas é aí que mora o
problema. Da forma como foi vendida e pelo custo de produção que
ela tem (só o salário de Jonathan Rhys Meyers deve ser uma pancada)
deveria ter sido melhor. Maior. Algo faltou para prender
completamente a atenção, e se considerarmos essa uma das pricipais
funções de um episódio piloto podemos chegar à conclusão de que
não tivemos uma grande estreia.
Apesar
de importantes erros terem sido cometidos, o que não podemos negar é
a forma de como já estamos bem situados no universo de Alexander
Grayson. Gostei do fato de já terem explicado suas motivações logo
de cara, ainda que seja algo completamente batido: se vingar de quem
o separou da mulher que ama. Mais clichê impossível, porém clichê
não é proibido de ser utilizado, e se bem trabalhado pode se tornar
algo aceitável para o telespectador.
Se
no presente da série - século XIX - já tivemos algumas
explicações, os flashbacks de Alexander ainda deixam dúvidas. A
cena com ele gritando com a boca cheia de sangue e Mina Murray sendo
queimada desperta a curiosidade em saber o que os levou até lá. Ele
até sugere que foi a Ordem do Dragão, mas fico na esperança de um
flashback mais completo e que nos mostre o que de fato ocorreu.
Aliás, se Mina foi queimada e continua viva, quer dizer que ela tem
poderes sobrenaturais também, certo? Ou será que vão apostar na
preguiçosa explicação de reencarnação? Aguardemos.
A
tal Ordem do Dragão se mostra muito poderosa, sendo ela a grande
vilã da história, segundo Dracula. A tentativa de criar um clã do
mal com um monte de velho bêbado não me pareceu muito inteligente
por parte do roteiro, já que não coloca medo em ninguém, e me
parece muito fácil que Dracula destrua esse povo em dois segundos,
como fez com um dos membros do clã nesse piloto.
De
qualquer forma, com alguns elementos mal inseridos ou que talvez nem
deviam ter sido criados, Dracula faz uma estreia mediana, sem
entregar tudo aquilo que prometia em seu material de divulgação.
Ainda assim, o mesmo piloto deixa claro que a série tem potencial,
tem um elenco competente e com alguns ajustes pode se tornar algo de
maior qualidade. Ficamos na torcida.
PS.:
Ainda bem que a NBC foi fiel ao verdadeiro vampiro, né? Nada de
brilhar no sol, senhores. Dracula não pode entrar em contato com a
luz solar. Interessante notar também que fizeram uma série adulta,
como deveria ser. Só faltava colocar um adolescente de cabelo
arrepiado pra fazer o Dracula, aí seria o fim.
Assista a promo do próximo episódio: