SPOILERS ABAIXO:
Alguns irão dizer “nossa mais Deb aceitou tudo muito fácil e ainda o ajudou a encenar
uma história de suicídio”. E eu vos direi que a coerência é o
ponto forte da série, primeiro porque ela não vai aceitar tudo tão fácil e depois
porque Deb sempre protegeu seu irmão, mesmo quando não sabia que ele não
precisaria ser protegido. Trazer a responsabilidade para si é uma
característica dela, sempre houve momentos que mesmo fraca e desacreditada,
Deb, se jogou de frente para ajudar seu irmão.
Os
roteiristas vieram para a temporada com um planejamento, visivelmente, a longo
prazo e uniram o fato de Deb ter conhecido um pouco sobre o verdadeiro Dexter
ao fato de se desenterrar o arco da segunda temporada. Quando Dexter deixa
cair, sem perceber, sua amostra de sangue quase que automaticamente nos
lembramos de que essas amostras foram as principais provas para que se
incriminasse Doakes no inicio da série. Isso unido às primeiras cenas do
episódio, no qual Dexter aparece, provavelmente, fugindo, cria uma expectativa
enorme para os espectadores. (Mesmo quando a viagem é justificada e afasta a
possibilidade de fuga)
A
desconfiança de Deb é justificada em suas lembranças, eu particularmente achei
que ela ligaria o caso Travis ao momento em que quase pegou Dexter e Lumen em
ação, mas a memória dela vai mais além e faz ligações com o caso de Brian. Com
isso algumas chamas se acendem e fazem com que ela se atente com maior clareza
aos passos de Dexter.
Essa
sensação de que o cerco está se fechando é conflitante, e acredito que muito de
vocês leitores irão concordar comigo. Ao mesmo tempo em que queremos Dexter
imune e a salvo queremos também que Deb descubra a verdade. Assim todos os
momentos em que Deb relaciona algo importante ficamos aflitos com o desenrolar
da história.
E
ai vem à cena final, aquela aflição toda toma corpo em nossas mentes, de repente
nos deparamos com Deb e Dexter frente a frente com a verdade. Se pensávamos que os produtores iriam cozinhar a verdade de um episódio para o outro,
eles vieram e nos despejaram um show de coerência. Fizeram com que a descoberta
fosse mais do que Deb o pegando em ação, fizeram com que essa descoberta fosse
feita ligando pontos e memórias reprimidas, fizeram com que fosse orgânica e
investigativa.
Dexter
nos apresenta um episódio bem construído, digno da série que conhecemos e
amamos. A evolução e o caminhar da série parece definido, temos vilões
invisíveis em sua vida, não existe aqui um grande assassino. Vários arcos estão
voltados convergindo para Dexter Morgan, temos a descoberta de Deb abalando suas
emoções, temos LaGuerta querendo inocentar o falecido Doakes, temos um maluco
investigando Dexter desde a temporada passada e vimos que o ultimo assassinato de
Dexter pode ter mexido com gente importante.
Vale
comentar a bela atuação de Michael C. Hall, parece existir uma motivação nova
para o ator e para a série, já que vimos novamente um clima pesado e
inteligente que transforma a atmosfera da série em algo próprio. Essa
atmosfera, calma e ao mesmo tempo intrigante, havia sido alterada nas ultimas
duas temporadas por uma atmosfera um pouco mais descontrolada e afobada. Isso
gera uma sensação de que todos (Michael C. Hall também é Co produtor)
sabem o que estão planejando para o andamento da série.
Obs.:1: Os flashbacks
do episódio agregaram muito a história e ao arco vivenciado nesse momento na
série.
Obs.:2: Falei de
Michael C. Hall, mas devo elogiar também Jennifer Carpenter. Para quem viu as primeiras temporadas irá se
lembrar de que ela era uma atriz limitada e hoje uma atriz talentosíssima.
Veja a promo do episódio de DEXTER:
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